Políticas editoriais

Efetiva
necessidade

Financiamento da revista

Elementos de uma revista

Sobre a revista

políticas editoriais

políticas de submissão

Equipe editorial

Software

Preservação digital

efetiva necessidade

equipe
editorial

modalidades de
publicações

políticas
editoriais

política de submissão

issn

software

elementos de
uma revista

financiamento da
revista

A política editorial diz respeito às questões que envolvem foco e escopo, acesso, uso, direitos autorais, critérios para submissão, seções, processo editorial da revista e etc. da revista. Essas questões representam condições mínimas para que uma revista possa ser lançada, uma vez que delimitam a relação indissociável entre os autores e a revista. 

Não há uma política editorial ideal para que a revista possa aderir, uma vez que são questões diversas e que variam de acordo com a natureza da instituição editora, com a área do conhecimento em que a revista publica, e, até mesmo, com questões ideológicas do editor e equipe editorial. A principal recomendação para este tópico é que se faça uma análise de revistas consolidadas e de qualidade publicadas no Brasil, em distintas áreas, assim como dos critérios de avaliação dos indexadores de revistas científicas para se ter uma breve ideia de como tais questões estão sendo tratadas.

A modalidade de publicação diz respeito a maneira como os editores e/ou conselhos editoriais optam por publicar os artigos científicos que já passaram pelo processo de revisão por pares. Historicamente, e muito por influência do formato de publicação impresso, boa parte dos gestores dos periódicos científicos optam pela modalidade de publicação dita tradicional, na qual espera-se a data final de publicação do fascículo para somente então publicá-lo por completo, com todos os artigos. Essa modalidade de publicação tem caído em desuso em boa parte dos periódicos científicos, o que se deve, principalmente, pela necessidade de veicular o conhecimento científico com mais celeridade, principalmente em áreas do conhecimento onde a informação pode se tornar obsoleta em um curto período de tempo, como as áreas de Ciências da saúde e Engenharias. 

Para sanar esse problema, há diferentes modalidades de publicação que as revistas podem adotar e que, inclusive, são incentivadas pelos indexadores como critérios de qualidade. Saiba mais sobre as duas principais modalidades de publicação: 

  • Tradicional: ocorre quando conselho editorial/editor espera a data final de publicação do fascículo para publicá-lo por completo, com todos os artigos que irão compor aquele número. Essa modalidade tem sido largamente desacreditada pelos principais indexadores internacionais, principalmente pelo fato de desacelerar a disseminação do conhecimento científico. 
  • Ahead of print: esta modalidade se aplica somente aos periódicos eletrônicos. Ela se caracteriza pela publicação individual de cada artigo que já passou pelo processo de avaliação, desconsiderando as numerações sequenciais que fazem parte do fascículo. Próximo à data de fechamento do fascículo, faz-se os devidos ajustes nos documentos e o fascículo é publicado integralmente. 
  • Fluxo contínuo: essa modalidade se assemelha ao Ahead of print mas se difere pelo fato de que, nesta, a publicação do artigo é definitiva e ocorre somente uma vez, geralmente já com as numerações sequenciais. Além disso, é possível que o fascículo seja publicado previamente e em branco, sem nenhum artigo, e esses são incluídos no fascículo à medida que passam pelo processo de avaliação.

Tem a finalidade de descrever de forma resumida e objetiva as etapas do processo do fluxo editorial da revista desde o momento da submissão de um artigo até a sua rejeição ou publicação.

A política de seção apresenta as definições gerais para cada tipo de material publicado na revista, tais como: editoriais, artigos originais, artigos de revisão, resenha, entre outros. Nesta seção é interessante se incluir a estrutura do artigo, normas de publicação (se há limite de palavras, figuras, autores, entre outros). Abaixo apresentamos um exemplo de política de seção utilizando como referência as definições presentes na ABNT NBR 6022 (2003): 

  • Artigo científico: Essa seção publica obras que discutem idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. É estruturada da seguinte forma: Resumo e palavras chaves (em dois idiomas), introdução, desenvolvimento e conclusão. 
  • Artigo de revisão: Essa seção publica obras que resume, analisa e discute informações já publicadas. 
  • Artigo original: Essa seção publica obras que apresentem temas ou abordagens originai

 A avaliação por pares (peer review) é a fase do processo editorial em que as submissões recebidas pela revista e que passaram pela triagem inicial do editor (desk review) são avaliadas pelos pareceristas levando em consideração sua cientificidade, originalidade, contribuição para a revista e para a respectiva área do conhecimento, etc.
É essencial que esta seção esteja devidamente descrita no site da revista com ao menos alguns elementos básicos, que são eles: o tipo de avaliação por pares adotada, se a avaliação é feita por membros externos ou internos à revista, o responsável pela decisão final sobre a avaliação e o tempo médio para a realização desse processo. Também é interessante que a revista aponte quais os critérios adotados para aprovação ou rejeição das submissões e se oferece aos autores e pareceristas a possibilidade de abrir o processo de avaliação, de publicar os pareceres resultantes da avaliação e de publicar os seus nomes nestes pareceres.
Para os pareceristas, é recomendado que a revista disponibilize um formulário de avaliação, que os guie acerca dos pontos que devem ser analisados e sobre os possíveis resultados da avaliação. Para saber mais acesse nosso conteúdo sobre “Avaliação por pares”.

Ética é um conceito passível de diversas interpretações a depender do contexto em que é utilizado. No universo das revistas científicas, pode ser entendido como aquilo que rege a relação indissociável que se cria entre a revista e todos os atores que nela atuam. Dentre as questões éticas presentes na editoração de revistas científicas, podem ser citadas: responsabilidades inerentes aos autores, revisores, editores, etc., procedimentos a serem tomados em caso de má conduta, política de antiplágio, política de retratação, questões de conflitos de interesse, dentre outras.  

Com vistas a sintetizar essas questões, há diversos Códigos de ética da publicação, nacionais e internacionais, dos quais a revista pode tornar-se signatária. A adoção de algum Código por parte da revista, ainda que seja próprio, é importante para que se crie um ambiente mínimo de responsabilidade entre as partes. Ressalta-se que, caso adotado, o Código precisa ser difundido entre todos aqueles que atuam na revista, inclusive os leitores, uma vez que limita as ações de cada um frente à revista.

O código de ética de uma revista é um documento que regula e orienta os direitos e deveres de todos os indivíduos envolvidos no processo editorial (editores, revisores, autores, etc.). Deste modo, a revista deve descrever de forma clara quais são as condutas admitidas ou não admitidas, bem como as possíveis consequências dos atos cometidos.  Para auxiliar neste processo, a revista pode utilizar como referência os seguintes documentos: 

Para garantir a questão ética, a revista deve dispor de mecanismos que previnam o plágio e o auto-plágio em todas as suas publicações.

Assim, devem ser informadas quais são as políticas adotadas para a detecção de plágio e auto-plágio e em qual momento do processo editorial essa avaliação é feita. Ademais, é altamente recomendado que a revista deixe claro quais são as consequências para os autores em caso de detecção de plágio e/ou auto-plágio.

As revistas podem ainda informar o uso de softwares que auxiliem no processo de detecção de plágios. Conheça alguns Softwares para detecção de similaridade e de plágio

Os conflitos de interesse surgem quando uma das partes envolvidas no processo editorial (autores, revisores, avaliadores, editores) discorda do parecer final da publicação. Nestes casos as revistas devem dispor de mecanismos que possibilitem os indivíduos a reivindicarem novas revisões ou correções.  A política de conflito de interesses deve apresentar as definições, diretrizes, declarações e ações de gestão adotados pela revista para cada tipo de conflito. Exemplos de interesses conflitantes que devem levar à correção de um artigo, segundo o documento publicado pela COPE (2016):

    • Pagamento financeiro aos autores, por exemplo, pagamento para realizar um ensaio clínico, que foi alegado após a publicação por um e-mail anônimo, e posteriormente confirmado na sequência de um investigação pelos editores;
    • Relação profissional ou pessoal próxima do autor e do editor que vem à tona após publicação, por exemplo, o autor era um aluno de doutorado 3 anos antes no laboratório do editor;
    • Um pedido de patente para um dispositivo que foi o assunto do papel que foi solicitado e concedido durante o tempo em que um artigo estava sendo revisado por pares, mas não declarado aos editores.

Para saber mais acesse: Conflicts of interest / Competing interests – COPE 

Mesmo a revista dispondo práticas sólidas, bem descritas e publicamente documentadas, pode ocasionalmente ocorrer casos em que seja necessário retratar, corrigir ou retirar alguma informação publicada. Nestes casos a política de retratação atua como um guia das ações e modelos seguidos pelos editores para realização da retratação.

Os dados de pesquisa são registros científicos que embasam os resultados de pesquisa publicados em artigos ou outros documentos, eles incluem: documentos textuais, planilhas, estatísticas, cadernos de laboratório, cadernos de campo, diários, questionários, entre outros (AGÊNCIA DE BIBLIOTECAS E COLEÇÕES DIGITAIS (ABCD), [s.d.]). De maneira prática política de dados de pesquisa da revista estabelecer algumas questões como:

  • se a revista exige ou não que o autor deposite os dados de pesquisa em algum repositório de dados que se faça a submissão do artigo, se sim a revista deve indicar os repositórios aceitos e as diretrizes necessárias ao depósito;
  • se a revista exige ou não o acesso aos dados da pesquisa para que se realize a avaliação por pares, se sim deve indicar nas diretrizes aos avaliadores a exigência de se considerar os dados da pesquisa;
  • se a revista publica ou não o acesso aos dados da pesquisa juntamente com o artigo, assim que publicado.

Para saber mais sobre dados de pesquisa acesse: Dados de pesquisa – ABCD (USP) e Dados de pesquisa – Elsevier

As políticas de acesso e uso, também conhecida como a seção de direitos autorais e licenciamento, trata de aspectos legais firmados entre o (s) autor (es), o publicador (no caso, a revista), e os públicos externos (leitores). Nesta seção a revista deve ser clara em relação aos seus direitos de publicação, aos direitos do (s) autor (es) e sobre as condições de uso (licenças) a que as publicações estão submetidas.

Para facilitar o entendimento acerca de direitos autorais e licenciamento, comumente as revistas científicas brasileiras adotam as Licenças Creative Commons, que “[…] fornecem a todos, desde criadores individuais até grandes empresas, uma forma padronizada de atribuir autorizações de direito de autor e de direitos conexos aos seus trabalhos criativos.” (CREATIVE COMMONS, [s.d.]). Para saber mais sobre direitos autorais e licenciamento, acesse o site da Creative Commons Brasil.

A revista também deve ser clara em relação ao tipo de acesso adotado, deve indicar em sua política, por  exemplo, se os documentos publicados se encontram em acesso aberto imediato ou se o acesso aberto aos documento precede um período de embargado, caso exista período de embargo a política deve indicar em quais ocasiões o embargo é aplicado, o motivo do embargo e seu tempo de duração. Deve-se destacar que a publicação em acesso aberto imediato aumenta a disseminação da revista, períodos de embargo são recomendados apenas para situações específicas, como por exemplo a atribuição de patente em uma determinada pesquisa, de maneira que se aconselha que as revistas adotem o acesso aberto imediato como padrão.

A revista também pode adotar o acesso restrito para os seus documentos ou optar por uma publicação híbrida em que parte dos documentos são publicados em acesso aberto e parte em acesso restrito.

A política de acesso e uso deve indicar, ainda, se a revista aceita ou não a submissão de documentos que já foram depositados como preprint em plataformas conhecidas como servidores de preprints, especializadas na publicação desse tipo de documento. Visando a celeridade ao acesso dos resultados de pesquisa e a maior disseminação da publicação, o aceite de preprints previamente depositados em servidores de preprints é altamente recomendado. De forma ideal indica-se que revista incentive, ou obrigue que os autores façam o depósito de preprints em nessas plataformas para todos os artigos aceitos para serem avaliados. Alguns exemplos de servidores de preprints: SciELO Preprints, EmeRI, ArXiv, BioRXiv, AgriRxiv.

Para a definição de uma política de acesso e uso mais detalhada recomenda-se a inclusão da revista no Diretório de Políticas Editoriais das Revistas Científicas Brasileiras (Diadorim)

A política de preservação digital deve indicar as ações e processos de gestão utilizados pela revista para garantir a preservação e o acesso permanente aos artigos produzidos e publicados. Para auxiliar nesse processo, as revistas podem utilizar sistemas de preservação digital. 

Entenda mais sobre preservação digital

A revista deve informar se realiza ou não a cobrança de taxas de submissão ou taxas de processamento de artigos (APCs – Article Processing Charges), se cobrar deve indicar quais são os valores. A revista também deve informar a sua política de isenção de taxas, se esta existir. Caso não cobre nenhuma taxa, a revista deve informar de forma explícita.

Expediente é a seção da revista na qual constam as informações gerais de responsibilização sobre os conteúdos publicados em um determinado período, tais como: 

  • Título dos documentos publicados;
  • Data de publicação;
  • Nome, função, instituição e link do Lattes ou ORCID de todos os agentes que fizeram parte do processo de publicação;
  • Nome de todos os avaliadores/pareceristas que participaram do processo de avaliação.

É indicado que a revista publique o expediene periodicamente de acordo com a periodicidade indicada na política editorial da revista.

Abaixo disponibilizamos algumas referências que podem auxiliar no processo de criação e editoração de uma revista científica:

Referências 

AGÊNCIA DE BIBLIOTECAS E COLEÇÕES DIGITAIS (ABCD). Dados de Pesquisa. Disponível em: https://www.abcd.usp.br/. Acesso em: 15 dez. 2022.

CREATIVE COMMONS. Sobre as Licenças. Disponível em: https://br.creativecommons.net/licencas/.  Acesso em: 15 dez. 2022.

COPE Council. COPE Discussion Document: Handling competing interests. 2016. Disponível em: https://publicationethics.org/node/34936. Acesso em: 05 dez. 2022. 

Indicações de leitura:

Diretrizes do CSE para Promover Integridade em Publicações de Periódicos Científicos | Associação Brasileira  de Editores Científicos – ABEC (Brasil) 

Manual de buenas prácticas editoriales | Paula Ascorra et al.

Periódicos científicos de acesso aberto de instituições públicas brasileiras: contextos e boas práticas | Gildenir Carolinos Santos (Org.)

Better Practices in Journal Metadata | Coalition Publica

Gestão editorial de periódicos científicos: tendências e boas práticas | Lúcia da Silveira (Org.); Fabiano Couto Corrêa da Silva (org.)

Logotipo do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), ao lado do logotipo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação.

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)
SAUS Quadra 5 – Lote 6 Bloco H – Asa sul – CEP: 70.070-912 – Brasília – DF