Ciência aberta
A Ciência Aberta é uma prática científica que visa uma transformação considerável no modus operandi da pesquisa científica. Resumidamente, ela nada mais é do que a abertura de todo o processo científico, o que significa dizer que ele deve ser feito de modo transparente e colaborativo, o que inclui o compartilhamento dos dados de pesquisa, das ferramentas e softwares utilizados, metodologias, publicações, etc., possibilitando sua reutilização e replicabilidade por outros pesquisadores.
Diferentemente do que ainda vigora na comunicação científica, onde a ciência, de certo modo, é vista como algo privado, a Ciência Aberta pressupõe uma série de mudanças de paradigmas que tendem a fazer com que a ciência seja vista como um bem comum à sociedade.
São alguns dos princípios da Ciência Aberta:
- Ciência mais colaborativa;
- Participação dos cidadãos em todo o processo de produção do conhecimento;
- Fortalecimento do compromisso social da ciência.
A Ciência Aberta constitui-se de alguns pilares básicos, sendo eles:
- Disponibilização em acesso aberto dos dados de pesquisa;
- Celeridade na comunicação dos resultados de pesquisa, a partir da adoção das bases de preprints;
- Revisão por pares aberta;
- Ciência cidadã;
- Redes abertas/colaborativas de ciência.
Em relação às principais vantagens, a Ciência Aberta favorece a modernização do sistema de avaliação da ciência, promove a troca de experiência entre pesquisadores, diminui os custos e tempo de pesquisa, difunde os resultados de pesquisa de modo que possam ser reutilizados, dentre outras vantagens.
Tendo em vista os apontamentos feitos, é notório que os periódicos científicos serão instigados a alinhar suas políticas editoriais às práticas da Ciência Aberta. Sendo assim, destaca-se algumas das principais práticas a serem analisadas pelos editores e equipes editoriais:
- Decisão de publicação ou não de documentos disponibilizados em bases de preprints;
- Mudança na forma de publicação, de modo a acelerar a disseminação do conhecimento científico;
- Adoção do acesso aberto
- Alteração da política de avaliação por pares, deixando-a mais transparente;
- Solicitar dos autores a disponibilização dos dados de pesquisa, etc.
Saiba mais sobre os dados de pesquisa.
Para saber um pouco mais sobre Acesso Aberto e Ciência Aberta, bem como a relação desses Movimentos com os periódicos científicos, seguem algumas sugestões de leitura:
- Ciência Aberta para editores científicos | Milton Shintaku e Luana Sales (Org.)
- Ciência aberta e dados abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em perspectiva nacional e internacional | Paula Xavier dos Santos, Bethânia de Araújo Almeida e Patricia Henning (Org.)
- Ciência aberta: dimensões para um novo fazer científico | Adriana Carla Silva de Oliveira e Edilene Maria da Silva
- Proposta de criação de uma rede de dados abertos da pesquisa brasileira | Caterina Pavão, Rafael da Rocha e Rene Gabriel Junior
- Preguntas frecuentes sobre preprints | ASAPbio
- Preprints: Their Evolving Role in Science Communication | Iratxe Puebla, Jessica Polka e Oya Y. Rieger
- Sob a lente da Ciência Aberta: olhares de Portugal, Espanha e Brasil | Maria Manuel Borges e Elias Sanz Casado (Coord.)
- Toolkit de políticas de dados para editoras e revistas científicas | PUB IN
- Perspectives on the future of Open Science | Comissão Europeia
- Recomendação da UNESCO sobre Ciência Aberta | Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
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